O impacto dos bebês reborn — bonecas confeccionadas com notável precisão estética, que imitam recém-nascidos com impressionante realismo — vai além do mero colecionismo ou do brincar simbólico. Esses objetos, dotados de detalhes que evocam não apenas a aparência, mas também a vulnerabilidade de um bebê real, tocam dimensões psíquicas profundas de seus cuidadores e admiradores, muito além do que sugere sua forma física. Sob o olhar da teoria do apego, proposta por John Bowlby, é possível compreender como a interação com essas bonecas mobiliza processos inconscientes ligados à criação, manutenção e, por vezes, à tentativa de reparação de vínculos afetivos. Para Bowlby, os seres humanos carregam, desde o nascimento, uma predisposição biológica para buscar proximidade e proteção junto a figuras de apego. Essa necessidade, de origem evolutiva, é essencial à sobrevivência e não se esgota na infância — persiste e se transforma ao longo da vida, a...