Atualmente, ainda que sufocante, é comum que os trabalhadores mantenham uma jornada de trabalho exaustiva e contínua. Contudo, esse tipo de hábito desencadeia uma série de problemas que afetam tanto a vida pessoal quanto a profissional. Você já ouviu falar em Síndrome de Burnout? Hoje em dia, essa é uma condição bastante comum nas empresas e na vida dos profissionais ativos. Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), a síndrome de burnout atinge cerca de 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores no Brasil (fonte: jornal.usp.br). E essa tendência é de crescimento nos próximos anos, agravada pela falta de limites no home office e pela pressão por produtividade e resultados, somada ao medo do desemprego e de contrair COVID-19.
Mas afinal, o que é a síndrome de burnout? Trata-se de um distúrbio emocional caracterizado por estresse, exaustão e esgotamento físico. Também conhecida como síndrome da estafa profissional, foi descrita pela primeira vez pelo psicólogo H.J. Freudenberger, em 1974, para designar uma sensação de fracasso e exaustão causada por um desgaste excessivo de energia, força e recursos. Essa síndrome constitui um quadro bem definido, marcado pela exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal. A exaustão emocional representa o esgotamento dos recursos emocionais do indivíduo, sendo um aspecto fundamental para caracterizar o burnout, uma vez que suas outras características podem ser encontradas em quadros depressivos em geral.
Nesse cenário de estresse e esgotamento, surge também o medo de ser julgado como fraco ou incapaz de lidar com a pressão. Todavia, apesar do nome complexo, identificar a síndrome de burnout não é tão difícil. Aliás, sua tradução livre para o português significa "queima" ou "combustão", o que sugere nervosismo contínuo e problemas físicos, além de sofrimento psicológico e emocional. A exaustão emocional resulta de diversos acontecimentos que, paulatinamente, drenam nossa energia. Nem sempre ocorre de forma abrupta, por isso é importante estar atento aos sinais. Os sintomas físicos associados ao desgaste incluem cefaleia, alterações gastrointestinais e insônia, entre outros. As consequências da síndrome da estafa profissional podem ser graves, como desmotivação, frustração, depressão e dependência de drogas. Esse desgaste reflete também nas relações familiares (resultando em separações e maus tratos) e no ambiente de trabalho, causando uma redução significativa no rendimento e aumento do absenteísmo.
A psicoterapia, seja através da psicologia ou da psicanálise, pode auxiliar nesse processo, uma vez que promove reflexões que contribuem para um recondicionamento da própria vida, priorizando o que é essencial para o sujeito. Além disso, muitas vezes é necessário procurar um médico psiquiatra para o uso de medicamentos que podem reduzir os sintomas da síndrome de burnout e aliviar outros problemas físicos associados, como impulsividade e irritabilidade. Atente-se aos seus sinais e não deixe de se cuidar! Não hesite em buscar ajuda profissional!
Daniel Lima
Psicanalista
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