Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2021

Redes sociais: conectados com o mundo, desconectados de si.

            É cada vez mais comprovado o quanto o smartphone faz parte do nosso dia a dia. Pouco usado para ligações telefônicas, mas massivamente, como instrumento de acesso às redes sociais e aplicativos que visam facilitar o cotidiano. A relação com o mundo virtual nesse período de pandemia, tem sido usado de forma híbrida, tanto para estudos e trabalhos, tornando a realidade híbrida. As pessoas estão cada vez mais conectadas e consequentemente mais ansiosas e depressivas. É um sintoma comum da depressão a ausência de mundo e do outro. Isso vem crescendo porque estamos cada vez mais desconectados do mundo, sem aquele tempo ocioso.   O que parecia ser mais liberdade vem se tornando cada vez mais uma prisão    Aquilo que o filósofo Byung-Chul Han chamou de “a sociedade do cansaço”, está cada vez mais evidente onde vemos pessoas esgotadas e deprimidas, pelas exigências da atual existência. Estamos cercados das mais diferentes formas de entretenimento e consumo. Hoje é cada vez

A pane nas redes sociais e a dependência quase que umbilical delas.

          As redes sociais da empresa comandada por Mark Zuckerberg saíram do ar na segunda-feira, 04/10/2021. Para alguns foi uma maravilha, para outros, motivo de desespero e ansiedade, mas também houve prejuízos financeiros para outros. Muitos de nós criamos uma relação de dependência com as redes sociais. Muitas pessoas relataram ansiedade na ausência das redes sociais, como a sensação de desamparo. Para quem se sentiu assim, o momento é apropriado para rever a relação com as redes sociais, ou seja, a chance para mudança de hábitos em relação às plataformas. Já temos estudos e análises sobre nossa dependência em várias camadas das redes sociais, porém, quando as redes caíram tivemos a oportunidade de observar esse fenômeno e suas consequências afetivas e emocionais, econômicas, políticas, comportamentais, etc.  Achei interessante um comentário de uma colega que disse: “Nossa! Foi muito boa essa paralisação das redes sociais, porque só assim, pude conversar e almoçar com meu marid

Sinais de ansiedade que não devem ser ignorados.

            A ansiedade é uma reação natural do corpo ao stress. Todos nós sentimos ansiedade sempre que temos medo de algo. Ela é saudável na medida em que nos leva a reagir perante os desafios da vida. Porém, o problema é quando a ansiedade surge sem uma razão aparente e se prolonga no tempo, passando a dominar por completo a nossa vida cotidiana. Quando as pessoas dizem que sentem um estado de ansiedade permanente e que, na maioria das vezes desconhecem a causa de tanta ansiedade, já não é uma ansiedade tida como “natural”, mas sim, um estado de sofrimento psíquico.    A ansiedade é uma condição extremamente complexa e multifatorial.     O que cada pessoa sente, muitas vezes são difusos e incluem a sensação de cansaço, irritabilidade, dificuldade de concentração, perturbação do sono, entre outras. A origem dessas sensações pode estar ligada às doenças orgânicas, intoxicações, situações traumáticas, uso de medicamentos específicos, desregulação hormonal e uso de drogas ou álc

Suicídio, uma questão de saúde pública

            O suicídio não tem nada a ver com coragem – ou a falta dela – para enfrentar a vida, mas sim com um sofrimento psíquico intenso, quando a pessoa se sente presa e sem saída, onde a percepção de que a única maneira de acabar com uma dor insuportável é a morte. O suicídio está entre as três principais causas de morte de pessoas que têm de 15 a 44 anos e tratar o tema como tabu pode prejudicar ações preventivas. Por isso, precisamos falar mais sobre isso. A cada 40 segundos, alguém tira a vida; são quase 800 mil pessoas por ano em todo o mundo, com mais de 75% dos suicídios ocorrendo em países de baixa e média renda. O suicídio é uma preocupação global e um sério problema de saúde pública em todos os países; no entanto, os suicídios são evitáveis. O suicídio não tem nada a ver com coragem – ou a falta dela – para enfrentar a vida, mas sim com um sofrimento psíquico intenso, quando a pessoa se sente presa e sem saída, onde a  percepção de que a única maneira de acabar com uma do

É Preciso Falar Sobre Suicídio

            O mês de setembro é detentor da campanha “Setembro Amarelo,” uma temática criada para  conscientizar a sociedade sobre a prevenção do suicídio. Apesar do trabalho de conscientização ser realizada durante o decorrer deste mes, o  suicídio é algo que acontece o ano todo, por esta razão é necessário  romper com os preconceitos sobre o assunto e desmistificar o fato. No Brasil, o evento foi criado em 2015  pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). A palavra suicídio deriva do latim sui (si mesmo) e caederes (ação de matar), ou seja, é um gesto de autodestruição, ou seja, a realização do desejo de morrer ou dar fim à própria vida. O suicídio é um fenômeno complexo e causado por vários fatores que pode afetar indivíduos de diferentes origens, faixas etárias, condições socioeconômicas, orientações sexuais e identidades de gênero. Mas o suicídio pode ser prevenido,  isso, é necessário reconhecer os si

Crônica sobre as dificuldades da vida

Imaginemos a vida como longa estrada. Sim, uma estrada com curvas, retas, subidas e descidas. Não estamos parados na estrada, estamos em constante movimento, logo, estamos sempre diante das imprevisibilidades da existência. Todavia, estar perplexos sem nos abatermos é um desafio diário.  Ainda mais na sociedade que vivemos,  onde o sofrer parece ser algo anormal e a felicidade tem a ver com o que se mostra nas redes sociais e com o consumo. Viver a vida não é algo que segue em uma constante linha reta, mas tem subidas e descidas, curvas e retas, paradas para reparo e, retorno à caminhada.      Assim como, na estrada nos deparamos com diferentes paisagens, assim  também é a vida.  Numa estrada passamos por caminhos urbanos e rurais, paisagens arborizadas, outras nem tanto, cerrados, etc. A nossa existência,  também está repleta de paisagens e significados dados, conforme o  nosso olhar,  que influencia também,  a maneira como vivemos. O que permanece em nós é o significado que dam