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Mostrando postagens de junho, 2025

O encontro e o desencontro na era digital: considerações complementares sobre a “tinderização” das relações.

            Se o fenômeno da “tinderização”, como discutido anteriormente, revela faces de efemeridade, narcisismo e individualismo extremo, por outro lado, ele também abre espaço para novas configurações de afetos e para o surgimento de possibilidades que escapam às estruturas tradicionais das relações amorosas e sexuais. É necessário, portanto, ampliar o olhar para esse fenômeno, investindo em uma reflexão mais aberta sobre as ambiguidades e potências da experiência mediada digitalmente. Em tempos nos quais a fragmentação do cotidiano, a sobrecarga de informações e o “tempo rápido” das redes parecem impossibilitar o vínculo, o florescimento dos aplicativos pode ser entendido também como resposta à solidão urbana e à busca legítima por pertencimento. Aplicativos de encontros fornecem meios democratizados de acesso a novos círculos, propõem uma espécie de “vitrine” da diversidade humana e permitem que indivíduos com interesses ou orientações antes invisibi...

A “tinderização” das relações: o que os apps de encontro nos dizem sobre amar hoje.

    Você já parou para pensar no que o Tinder — e outros aplicativos de relacionamento — revelam sobre como nos relacionamos hoje? Muito além de uma ferramenta para marcar encontros, essas plataformas escancaram algo mais profundo: a forma como o amor, o desejo e os vínculos se transformaram na era da velocidade, da hiperconexão e do consumo afetivo. A gente vive o que o sociólogo Zygmunt Bauman chamou de modernidade líquida: tudo muda rápido, nada parece durar muito, e as relações humanas entram nessa mesma lógica. Os vínculos estão mais frágeis, menos comprometidos, mais “descartáveis”. E o Tinder é quase um símbolo disso. Deslizar para a direita ou para a esquerda se tornou uma metáfora do quanto passamos a escolher — e também a excluir — pessoas com um simples movimento de dedo, como quem escolhe uma roupa ou um filme na Netflix. Nesse contexto, como fica o amor? Como lidar com esse desejo de conexão em um ambiente em que tudo parece girar em torno da performance, da image...

Mais Que Palavras: como a escuta psicanalítica desvenda os segredos da sua mente?

  Você já sentiu que há algo em você que não consegue nomear? Uma angústia que não sabe de onde vem, um padrão que se repete em suas relações, ou até mesmo um sonho que te deixa intrigado? Na correria do dia a dia, raramente paramos para realmente escutar o que se passa em nosso universo interior. É exatamente aqui que a psicanálise entra em cena. Para ela, a palavra vai muito além de uma simples ferramenta de comunicação consciente. Ela é o próprio terreno fértil onde o seu inconsciente se expressa, se revela e, finalmente, se transforma. Vamos entender como? Na psicanálise, quando você fala – seja no divã ou na poltrona do analista – cada palavra é um ato psíquico . Elas não são apenas relatos de fatos ou opiniões; são como emissários carregados de história, de desejos inconscientes, de pulsões que você talvez nem saiba que tem, e até mesmo de defesas que seu ego criou para te proteger. Pense no sintoma , por exemplo. Aquela ansiedade inexplicável, uma dor crônica sem causa apar...
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