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Mostrando postagens de dezembro 24, 2025

Dezembrite: quando o fim do ano pesa por dentro

A chamada dezembrite é um termo popular que passou a nomear um mal-estar bastante reconhecível para muitas pessoas: cansaço extremo, irritabilidade, tristeza difusa, ansiedade e uma sensação de sobrecarga emocional que costuma se intensificar em dezembro. Não se trata de um diagnóstico clínico, mas de uma palavra que ajuda a dar forma a uma experiência comum. Ao nomear algo que antes era vivido de maneira confusa, o termo permite reconhecer que o sofrimento de fim de ano não é individual nem sinal de fraqueza, mas uma resposta a um conjunto de pressões próprias desse período. O mês de dezembro concentra exigências que se acumulam ao longo do ano. No trabalho, há metas a fechar, prazos a cumprir e avaliações a enfrentar. Na vida pessoal, surgem compromissos familiares, encontros sociais, expectativas de convivência harmoniosa e a ideia de que é preciso “celebrar”. A tudo isso se somam as comparações inevitáveis, muitas vezes alimentadas pelas redes sociais, onde a felicidade parece obri...

Consumismo natalino e o vazio: por que presentes não preenchem a falta?

  O Natal se tornou, ao longo do tempo, um dos momentos mais intensos de convocação ao consumo. Vitrines iluminadas, propagandas emotivas e discursos sobre “merecimento” constroem a ideia de que a felicidade pode ser adquirida, embrulhada e entregue. O presente passa a ocupar um lugar simbólico central: ele promete reparar ausências, restaurar vínculos e produzir alegria imediata. No entanto, para muitas pessoas, o período termina com um sentimento difuso de frustração ou esgotamento. Algo não se completa. A psicanálise ajuda a compreender esse mal-estar ao mostrar que o vazio que se tenta preencher com objetos não é um erro da vida moderna, mas uma condição estrutural da experiência humana. Do ponto de vista psíquico, a falta não é algo que possa ser eliminado. É justamente a partir dela que o desejo se constitui. Desejamos porque não somos completos, porque algo nos escapa. Quando o consumo promete preencher essa falta, cria-se uma ilusão potente, porém frágil. O objeto comprado ...
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