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Mostrando postagens de setembro 21, 2025

A tragédia da liminaridade e o desvelar do inquietante: a criatura de Frankenstein entre mundos e psiques

A criatura concebida por Victor Frankenstein ultrapassa a imagem simplista de um “monstro” ou de um “humano artificial”. Ela encarna um dos dilemas existenciais mais pungentes da literatura: o de habitar uma condição liminar. Não pertence ao mundo dos homens, que a temem e a rejeitam, tampouco ao mundo dos monstros, do qual seria a única habitante. Sua constituição feita de “pedaços de muitos” não é apenas uma descrição anatômica, mas uma metáfora radical para sua identidade fragmentada e para sua incessante busca por um lugar no universo. Nessa chave, a psicanálise ilumina camadas mais profundas de sua tragédia, revelando a experiência da alteridade, da exclusão e da impossibilidade de simbolizar plenamente a própria origem. Desde o seu “nascimento”, a criatura é um ser sem categoria. Sua colagem heterogênea desafia as noções de unidade, filiação e origem natural. Ao mesmo tempo, ela pensa, sente e aprende, aspirando à conexão, ao amor e à aceitação — desejos profundamente humanos. Ma...
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