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Mostrando postagens de novembro, 2025

Finados: o trabalho psíquico de habitar a ausência

O Dia de Finados oferece, à luz da psicanálise, uma oportunidade singular de pensar a relação do sujeito com a perda e a morte. A morte não é apenas um evento biológico, mas uma experiência psíquica fundante, que confronta o eu com sua condição de falta e com a impossibilidade de onipotência. O que se comemora nesse dia, portanto, não é a morte em si, mas o trabalho psíquico necessário para sustentá-la simbolicamente — aquilo que Freud denominou  Trauerarbeit , o “trabalho do luto”. Em  Luto e Melancolia  (1917), Freud descreve o luto como um processo de desligamento libidinal: o investimento afetivo depositado no objeto perdido precisa ser retirado, pouco a pouco, para que a energia possa ser reinvestida em novos objetos. A perda, nesse sentido, não é um simples “esvaziamento”, mas um processo ativo de transformação psíquica. Quando esse trabalho falha, surge a melancolia — estado em que o sujeito se identifica com o objeto perdido, dirigindo contra si a agressividade qu...
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